Taxonomia e sistemática
Classificação biológica
Nós, seres humanos temos a constante necessidade de classificar e ordenar seres e objetos presentes em nossas vidas para a melhor organização e maior facilidade na hora de encontrar algo específico dentro de um grupo grande.
Nesse cenário, a sistemática ganha total importância, sendo classificada como a área da biologia que estuda a biodiversidade (comparando características, aspectos, comportamentos) através de um sistema sintético de classificação, a taxonomia, que utiliza hierarquias para agrupar os organismos formando grupos e subgrupos.
A taxonomia, por conseguinte, se encarrega de formar um sistema que organiza os seres vivos em categorias, agrupando-os de acordo com suas características comuns, bem como por suas relações de parentesco evolutivo. Por meio desse sistema, os biólogos procuram conhecer os diferentes seres vivos, descrevendo e nomeando as diferentes espécies e organizando-as de acordo com os critérios que as definem.
Aristóteles, no século IV a.C, já utilizava de métodos espécificos para a classificação de todas as entidades do mundo, dividindo-as as diferentes kathtopias, ou categorias da seguinte maneira:
O processo de nomenclatura que utilizamos atualmente foi proposto pelo naturalista sueco Karl Vón Linné, o qual estabeleceu um sistema de classificação dicotômica que tomava como critérios de organização as características estruturais e anatômicas dos seres vivos. Para a nomenclatura dos seres vivos, Lineu estabeleceu as seguintes regras:
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A nomenclatura é binominal, ou seja, todo nome científico deve ser composto por dois nomes;
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1º nome deve ter inicial maiúscula e diz respeito ao gênero;
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2º nome é o epíteto específico e deve ter inicial minúscula;
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Todos os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados (como a língua é “morta” não sofrerá grandes mudanças);
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Os nomes das espécies devem vir destacados no texto, preferencialmente em itálico. Quando escritos a mão, devem ser sublinhados.
Ex.: Homo sapiens
Lineu propôs a classificação dos seres em grupos, os quais chamou de táxons. Em seu trabalho intitulado Systema Naturae, ele sugeriu a classificação em grupos de maior abrangência, denominados de reinos, até grupos de menor abrangência, os quais chamou de espécie. As categorias propostas por Lineu foram: reino, classe, ordem, gênero e espécie. Atualmente, somam-se a essas categorias a família e o filo. Existem autores que consideram ainda uma categoria taxonômica acima de reino, os domínios. Consideram-se três domínios, também chamados de super-reinos: Bactéria, Archaea e Eukarya.
Abaixo podemos ver a classificação taxonômica da espécie humana:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primata
Família: Hominidae
Gênero: Homo
Espécie: Homo sapiens
Espécies
Espécie é uma categoria taxonômica e pode ser determinada com base em alguns critérios naturais. A definição clássica define espécie como um conjunto de seres vivos semelhantes que podem se cruzar na natureza originando descendentes férteis. Ampliando o conceito, porém, para que diferentes indivíduos possam ser considerados de uma mesma espécie eles devem apresentar as seguintes características em comum:
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Semelhança morfológica, bioquímica e cariotípica;
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viver na mesma área geográfica ao msm tempo;
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cruzar entre si e gerar prole fértil;
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isolamento geográfico, temporário, genético, reprodutivo e comportamental com relação a outros grupos com as mesmas caravterísticas;
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devem formar populações.
População
Uma população, em Ecologia, pode ser definida como um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive em uma determinada área em um dado período de tempo. Os indivíduos de uma população apresentam maior probabilidade de cruzamento entre si do que com organismos de outra população da mesma espécie. Abaixo segue um vídeo que pode nos ajudar a ampliar os conhecimentos sobre os níveis de organização dos seres vivos.
Relações filogenéticas
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), teve grande importância para o desenvolvimento da classificação dos seres vivos com a sua teoria evolutiva e da ideia de ancestral comum que originou as espécies atuais. Ele criou "genealogias de seres vivos", diagramas representando as relações de parentesco evolutivo entre as espécies, que hoje são chamadas de árvores filogenéticas.
A forma de classificar os organismos se modificou muito nas últimas décadas devido ao desenvolvimento de áreas como a genética e a biologia molecular, de modo que as relações de parentesco são definidas não somente pelas características externas, mas também por semelhanças genéticas e bioquímicas.
Atualmente alguns cientistas tem utilizado a cladística para determinar as relações filogenéticas entre as espécies. Desse modo, é investigada a história evolutiva dos organismos para classificá-los. Os cladogramas são semelhantes às árvores filogentéticas, que apresentam as relações de parentesco. Abaixo vemos uma imagem da "árvore da vida" e um exemplo de cladograma.
Especiação
A especiação corresponde ao processo evolutivo que envolve o surgimento de novas espécies, iniciado geralmente pela separação da espécie em duas ou mais populações por uma barreira física (isolamento geográfico). Desde o início dos tempos os seres humanos vêm sofrendo a diferenciação através das variações genéticas decorrentes das mutações genéticas.
A seleção natural, revelada por Darwin, possibilita os indivíduos que possuem características benéficas sobreviverem com as condições impostas pelo meio ambiente. Essas características são provocadas pelas alterações genéticas que, por sua vez, ao longo do tempo, podem gerar duas consequências: adaptação das populações às condições ambientais ou formação de novas espécies (especiação).
Existem quatro tipos principais de especiação, dentre eles temos:
Especiação alopátrica: ocorre quando uma população de uma determinada espécie é dividida por uma barreira geográfica, seja ela ela um deserto, montanhas, florestas, ocorrendo um corte no fluxo gênico das populações.
Especiação peripátrica: é aquela em que, em um mesmo lugar (sem barreiras geográficas), duas populações de uma mesma espécie não cruzam entre si, resultando em diferenças que levarão à formação de uma nova espécie.
Especiação parapátrica: ocorre quando duas populações de uma mesma espécie diferenciam-se e ocupam áreas contíguas, mas ecologicamente distintas. Por estarem em áreas de contato, é possível o intercruzamento, que acaba gerando híbridos. Essas áreas são chamadas de zona híbrida e acabam se tornando uma barreira ao fluxo gênico entre as espécies que estão se formando.
Especiação simpátrica: redução do fluxo gênico numa população de uma mesma área geográfica devido a exploração de nichos diferentes.
Bibliografia
· https://www.coladaweb.com/biologia/reinos/categorias-taxonomicas
· https://alunosonline.uol.com.br/biologia/categorias-taxonomicas.html
· https://www.estudopratico.com.br/classificacao-dos-seres-vivos/
· https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/classificacao-dos-seres-vivos-como-e-por-que-classifica-los.htm
· https://www.infoescola.com/biologia/sistematica/
· http://educacao.globo.com/biologia/assunto/origem-da-vida/especiacao.html
· https://brasilescola.uol.com.br/biologia/especiacao.htm
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· https://bebacafe.wordpress.com/2013/09/30/sistematica-e-a-arvore-da-vida/ (imagem)
· http://warningtask.blogspot.com/2012/03/o-que-e-especie-biologica.html (imagem)