Agnatos

Os agnatos (sem mandíbula) formam uma superclasse do filo dos cordados. Também conhecidos como ciclostomados ou ciclóstomos (devido ao formato circular de sua boca), eles são animais vertebrados primitivos que podem ser encontrados em ambientes de água salgada ou doce. Tendo corpo cilíndrico, alongado e com esqueleto cartilaginoso, eles possuem nadadeiras ímpares pouco desenvolvidas em sua posição mediana, uma cauda e glândulas mucosas que facilitam seus movimentos dentro da água (hidrodinâmica). Como indicado pelo nome da classe, não possuem mandíbula, apenas uma boca circular que suga os alimentos.

Sua respiração é branquial (a água entra pela boca juntamente com o gás oxigênio e sai pelas fendas faringeanas), no entanto as fendas branquiais não são cobertas por opérculo, placa móvel que recobre e protege as fendas dos peixes ósseos. O sistema cardiovascular é fechado e a circulação é simples e venosa, ou seja, o sangue passa pelo coração, que possui somente duas câmaras (um átrio e um ventrículo), apenas uma vez durante o ciclo, para o bombear para as brânquias para ser oxigenado e logo depois ser distribuído para todo o corpo). A excreção é feita por um par de rins, sendo ureia e amônia os principais produtos da excreção.

A notocorda dos agnatos perdura durante toda a sua vida, junto a vértebras rudimentares. Eles possuem encéfalo (envolvido por crânio cartilaginoso) com cerebelo, dez pares de nervos cranianos, olfato, olhos e orelha interna com função de equilíbrio.

Entre os mais importantes representantes dessa classe se encontram a lampréia e os peixes-bruxa (também chamada de feiticeira). As lampreias apresentam dentes córneos raspadores na boca e na língua, o que permite perfurarem a pele de outros animais e se alimentarem sugando seu sangue e outros tecidos moles. Já os peixes-bruxa apresentam uma boca mordedora e eversível e alimentam-se de invertebrados, peixes doentes ou mortos que se encontram no fundo do mar. Ambos não possuem estômago ou glândulas salivares, apenas fígado e intestino, que apresenta dobras que aumentam a superfície de contato com o alimento (válvula espiral) e termina no ânus. Esse animal é conhecido no Japão e na Coreia como “enguias-de-couro” e é muito apreciado na culinária local, além de ter a sua pele utilizada na confecção de bolsas e sapatos, o que justifica a sua ameaça de extinção.

Quanto à reprodução, eles são dióicos, ou seja, apresentam sexos separados, todavia os peixes-bruxa apresentam os dois sexos, sendo apenas um funcional. A fecundação em ambos os casos é externa, mas enquanto Peixes-bruxas apresentam desenvolvimento direto, as Lampreias têm desenvolvimento indireto com uma fase larval. Seu crescimento inicia-se com uma fase larval (amocete), que permanece cerca de um ano enterrada no leito do rio e depois migra para o mar, onde completa o processo de metamorfose.

Bibliografia:

- https://www.biologianet.com/zoologia/agnatos.htm

- https://alunosonline.uol.com.br/biologia/agnatos.html

-https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/agnatos

- Manual Compacto de Biologia, Editora Rideel, 1ª edição, 2010.

- Biologia 2: Unidade e Diversidade, FTD, 2016.