Bactérias
O termo "monera" na classificação atual encontra-se obsoleto. Seus integrantes foram divididos entre os reinos das Eubacterias e Arqueobactérias. As eubactérias representam o maior número de espécies, pois engloba as bactérias e as cianobactérias. Já as arqueobactérias abrangem um pequeno número de espécies. As arqueias são organismos procariontes, porém não são mais classificados com as bactérias porque apresentam características que os diferem das mesmas, tais como diferenças na parede celular (falta de peptidioglicano).
As bactérias são uma das formas mais simples de vida. Cada uma das milhares de espécies desse grupo, possui suas especificações, mas há características gerais. Elas são seres microscópicos, procariontes (material genético disperso no citoplasma devido à ausência da carioteca) e unicelulares. Estando presentes em todos os tipos de ambientes (ar, água, solo, organismos, etc…), elas podem viver isoladas ou em colônias, aglomeração de milhões de bactérias visível a olho nú).
História
Esses seres foram primeiro observados no século XVI pelo negociante holandês Antoni Van Leeuwenhoek, quando ao analisar uma amostra dos restos de alimento dos próprios dentes, observou pequenas estruturas que descreveu como organismos logo depois. O estudo das bactérias, no entanto, só foi aprofundado no século XIX pelo médico alemão Robert Koch, quando o mesmo descobriu que o causador de uma doença que afetava o gado era uma bactéria. Ainda, outra contribuição a esse campo foi feita pelo cientista francês Louis Pasteur que, ao estudar os malefícios trazidos por esses seres, desenvolveu grande medo de germes. Posteriormente, o biólogo alemão Christian Gottfried Ehrenberg, inspirado pelo tamanho e forma desses microrganismos, deu a eles o nome de bacterium (do grego “pequeno bastão).
Porém, mesmo que representem ameaça à saúde, as bactérias possuem tal importância que vai desde o campo ecológico até o econômico. Além de terem um papel crítico em vários processos naturais como a decomposição e o Ciclo do Nitrogênio, elas são utilizadas em diversas técnicas de produção de alimentos como o vinagre, yogurte e outros derivados de leite. Na área de engenharia genética e biotecnologia, é possível manipular bactérias geneticamente modificadas a fim de produzir proteínas humanas, como a insulina e o hormônio do crescimento. Ainda, esses microrganismos são usados como matéria-prima para a produção de antibióticos e vitaminas, na indústria farmacêutica, e atuam como controle biológico no combate a pragas em lavouras, no setor agrícola.
Constituição e estrutura
As bactérias são seres vivos procariontes, ou seja, suas células não apresentam carioteca (membrana que, nas células da maioria dos seres vivos, separa o material genético do restante do citoplasma) além de suas organelas não serem membranosas.
A célula bacteriana é composta por membrana celular e citoplasma, onde encontramos cromossomos bacterianos, ribossomos e plasmídeos.
O cromossomo bacteriano encontra-se na região denominada de nucleóide, que consiste em uma única grande molécula de DNA com proteínas associadas, sem delimitação por membrana - portanto, não é um verdadeiro núcleo. Este cromossomo carrega as informações genéticas da célula, tornando-o apto a realizar a auto-replicação cromossômica.
Os plasmídeos são pequenas moléculas de DNA circular . São comumente trocados na conjugação bacteriana. Os plasmídeos têm genes, incluindo aqueles que protegem a célula contra os antibióticos.
Há aproximadamente 20 mil ribossomos em um citoplasma bacteriano. Os ribossomos procariontes são diferentes dos eucariontes e essas diferenças foram usadas para desenvolver antibióticos que só afetam os ribossomos bacterianos.
O citoplasma é preenchido pelo hialoplasma, um líquido com consistência de gel, com sais, glicose e outros açúcares, RNA, proteínas funcionais e várias outras moléculas orgânicas. No citoplasma ocorre grande parte do metabolismo das células bacterianas.
A membrana celular é uma camada dupla de fosfolipídios, mas também contém proteínas essenciais auxiliadoras na permeabilidade de nutrientes, na defesa, controle da troca de substâncias com o meio externo e na produção de energia.
A parede celular bacteriana é uma estrutura rígida que recobre a membrana celular protegendo-a e confere forma às bactérias. Esta parede protetora é forte e densa. Quanto à constituição desta estrutura diz-se que as bactérias podem ser gram-negativas ou gram-positivas, isto levando em consideração a coloração delas. Se gram-negativas, a coloração é avermelhada, com pouca variação deste tom, com a parede formada por duas camadas. Se gram-positivas, a coloração é arroxeada, também com pouca variação deste tom, com a parede formada por uma camada apenas.
Algumas espécies de bactérias têm a cápsula, uma camada constituída de polissacarídeos e/ou proteínas que protege contra desidratação, fagocitose e ataque de bacteriófagos.
O flagelo é uma estrutura proteica que roda como uma hélice. Muitas espécies de bactérias movem-se com o auxílio de flagelos.
Os pili ou fímbrias são pequenos filamentos proteicos que se estendem da parede celular em muitas espécies. Servem para a troca de material genético entre as bactérias ou para aderir às mucosas do organismo, constituindo o primeiro estágio que desencadeará uma infecção.
Reprodução
As bactérias se reproduzem assexuadamente por um processo chamado divisão binária, também conhecida como cissiparidade ou bipartição. A divisão binária ocorre quando uma bactéria duplica o seu material genético e logo em seguida se divide, originando duas bactérias idênticas a ela (clones). Esse processo ocorre de maneira muito rápida, o que possibilita a rápida proliferação desses organismos.
Existem também outras maneiras de reprodução nas bactérias, a exemplo da conjugação, em que uma bactéria doadora de DNA transfere através do pili, um plasmídio para a bactéria receptora, que pode incorporá-lo ao seu cromossomo, o que produz uma mistura genética.
Num outro processo, chamado transformação, as bactérias absorvem, diretamente do meio em que se encontram, fragmentos de DNA provenientes, por exemplo, de bactérias mortas e decompostas.
Por fim, os vírus bacteriófagos, ao se formarem no interior de bactérias infectadas, podem incorporar DNA bacteriano, transferindo-o ao infectar outra bactéria, num processo chamado de transdução.
Tipos de Bactérias
Principais doenças e profilaxia
TUBERCULOSE
A bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), responsável pela infecção principalmente dos pulmões, mas que pode chegar aos ossos, rins, cérebro, pele e inclusive coluna vertebral.
TRANSMITIDA POR: pelo ar, saliva, contato direto com secreções corporais do infectado, má higiene e má alimentação.
MANEIRAS DE PREVENIR: vacinação, evitar ambientes fechados e sem circulação do ar, evitar mão nos olhos, nariz ou boca quando não estiverem higienizadas.
TRATRAMENTO: é feito pelo uso de antibióticos, o tempo mínimo é de 6 meses, tomada dos comprimidos diariamente.
PRINCIPAIS SINTOMAS: dores no peito, tosse, fadiga, febre, perda de apetite, sudorese, perda de peso, catarro e inchaço dos gânglios.
SÍFILIS
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela infecção da bactéria Treponema pallidum ao invadir o organismo. O desenvolvimento da doença ocorre em 4 fases (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
TRANSMITIDA POR: é uma bactéria sexualmente transmissível, entrando no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas. Apresenta diferentes sintomas e estágios .
MANEIRAS DE PREVENIR: uso adequado da camisinha (feminina ou masculina), para o controle da sífilis congênita o acompanhamento da gestante no período natal é essencial.
TRATAMENTO: á base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria causadora da doença. Uma única injeção já é o suficiente para impedir a propagação da sífilis.
PRINCIPAIS SINTOMAS: dores nos músculos, fadiga, febre, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça, dor de garganta, erupção nos pés e nas mãos, inchaço dos gânglios e perda de peso.
TÉTANO
Tétano é uma doença grave causada pela infecção da bactéria Clostridium tetani, que entra no corpo através de feridas e produz uma toxina que age no sistema nervoso central, provocando fortes contrações musculares que podem matar.
TRANSMITIDA POR: ferimentos ou lesões de pele. Não é transmitido de uma pessoa (um individuo) para o outro.
MANEIRAS DE PREVENIR: vacinação é a única prevenção para esta bactéria, são três doses de toxóide tetânico. Devem ser feitos reforços da vacina de 10 em 10 anos.
TRATAMENTO: não há cura para tétano, o tratamento esta focado na limpeza e cicatrização da ferida por onde entraram os esporos da bactéria e no uso de medicamentos. O médico poderá requerer medicamento como antitoxinas, antibióticos, sedativos e outros remédios para aliviar a dor do paciente.
PRINCIPAIS SINTOMAS: disfunção do sistema nervoso, febre, pressão alta, suor, cólicas, espasmos musculares faciais, rigidez muscular ou espasmos musculares, asfixia, baba, constrição mandibular, dificuldade em engolir, espasmo com costas e pescoço arqueados, falta de ar, irritabilidade, ritmo cardíaco acelerado e torcicolo.
MENINGITE
A meningite é uma inflamação da meninge, membrana que reveste o cérebro, e, quando não diagnosticada precocemente e não tratada de forma correta, pode ser grave e fatal. Normalmente possui três fatores causadores da doença – vírus, bactérias e fungos, tendo o tipo viral com casos mais frequentes.
TRANSMITIDA POR: pequenas gotas de saliva da pessoa infectada que entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca. Por meio de tosse, espirro ou pelo contato com barras de apoio dos ônibus, por exemplo. Ambientes com muita gente e pouca circulação de ar são ideais para o contágio, e a doença costuma se espalhar muito no inverno.
MANEIRAS DE PREVENIR: com vacina e evitando contato com pessoas infectadas e em lugares fechados.
TRATAMENTO: a viral desaparece sozinha e as outras precisam de antibióticos. Com medicamentos específicos contra o agente causador.
SINTOMAS: Dor de cabeça, febre, confusão mental, rigidez na nuca.
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Pili ou fímbrias
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Plasmídeos
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Ribossomos
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Citoplasma (hialoplasma)
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Membrana celular
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Parede celular
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Cápsula
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Nucleóide
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Flagelo
Transdução
Transformação