Anfíbios
Os anfíbios existem há mais de 350 milhões de anos e foram os primeiros animais a apresentar musculatura para se sustentar fora da água, embora não efetivamente. A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a reprodução.
Além de possuírem uma pele muito fina (sem escamas) que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Outra característica desses animais é que são pecilotérmicos, ou seja, não conseguem manter sua temperatura corporal, que então varia conforme a temperatura do ambiente em que estão.
No estágio da vida aquática, quando são larvas, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, a respiração cutânea (processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele) se torna mais importante. As paredes finas das células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue, que o transporta para as demais células do corpo. As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas.
A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo digestivo. Embora possuam fileiras de dentes, eles não mastigam suas presas. Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins e sua urina é abundante e bem diluída (há bastante água na urina em relação às outras substâncias que a formam).
Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta. O coração dos anfíbios é dividido em três cavidades: dois átrios ou aurículas e um ventrículo.
O lugar para a reprodução dos anfíbios varia entre as espécies. Pode ser uma poça transitória formada após uma chuva , um rio, lago ou um açude. Há também os que procriam na terra, desde que seja bem úmida.
O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. O coaxar do sapo macho faz parte do ritual "pré-nupcial". A fêmea no seu período fértil, é atraída pelo parceiro sexual por meio do seu canto e do seu coaxar.
Esse canto varia de acordo com a espécie. A maioria das espécies possuem dois ou três tipos de cantos diferentes. Além do canto nupcial (que atrai as parceiras), há os cantos de advertência com os quais o macho defende seu território da aproximação de outros machos.
A fêmea com o corpo cheio de óvulos é agarrada pelo macho com um forte "abraço". Esse "abraço" pode levar dias, até que a fêmea lance os seus gametas (óvulos) na água. Então o macho também lança os seus espermatozóides, que fecundam os óvulos, cujo desenvolvimento ocorre na água.
Enquanto o sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa, a salamandra e a cobra-cega realizam fecundação interna.
Nos numerosos ovos protegidos por uma grossa camada de substâncias gelatinosa, que geralmente se prendem às plantas aquáticas, as células vão se dividindo e formando embriões. Os ovos fecundados eclodem e as larvas denominadas girinos, vivem e crescem na água até realizarem a metamorfose para a vida adulta. Girinos possuem brânquias e são capazes de nadar, tal como os peixes. Alguns dias depois do nascimento, o pulmão dos girinos vai se desenvolvendo, assim como suas patas. Ao mesmo tempo, a cauda e as brânquias vão desaparecendo. Essas mudanças fazem parte de um fenômeno da natureza chamado metamorfose.
Os anfíbios podem ser divididos em 3 classificações:
Anuros: Quando adultos, possuem patas e não apresentam cauda: sapos, rãs e pererecas.
Urodelos: Possuem corpo alongado, patas laterais e uma longa cauda: salamandras e tritões.
Ápodes: Têm corpo cilíndrico e não possuem patas. As cobras-cegas, vivem enterradas no solo e são mais ativas à noite. Com olhos bem reduzidos. Lembram grandes minhocas, mas possuem osso e cabeça bem delimitada.